terça-feira, 15 de maio de 2007

(Paraísos Oníricos)



sonha, que teu desejo é vão,
ama, que teu sonho é vão,
vive, que teu amor é vão,
grite, que tua vida é vã,
cale, que teu grito é vão,
morra, que teu silêncio
é o que te cabe
neste mundo sem perdão,
perdoa, que tua morte é vã,
e vá, que tua ida
é apenas despedida
do que tanto te aborrece.

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(Paraísos Oníricos)
Sonhar é um fardo humano. Para que tanta esperança vã? Qual o motivo das esperas constantes, se tudo se finda em pequenas decepções constantes? Sonhos são infimos tormentos que nos acompanham por toda vida.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Procurei-me em teus olhos
Nas entranhas noturnas
E as estrelas brilharam inertes
Somos pó desse universo
Confuso, obtuso
Deixei-me aprisionar
Em teus versos pobres
E agora estou só
Neste mundo
Haxixe, heroína, cocaína,
Onde estará Macunaíma?
Talvez solto
Em meus desejos torpes
Preso nos meus beijos
Em Baudelaire
Em meus sonhos secretos
Em minhas artérias negras
Em meus infernos íntimos
Descobri-me, enfim,
Verme desse universo absurdo
Sou surdo, mudo e moribundo
Mas ainda me sobram os olhos.


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