quinta-feira, 23 de agosto de 2007



Mãos trêmulas anseiam o toque
Frias, laudatórias
Esboçam a insegurança do ser
Tardias, fracas, tentam a aproximação
Não se expõem, são furtivas,
Lascivas, num motim visceral e intenso
Não há compreensão nas mãos
Elas por si só são confusas
São farrapos corpóreos
Que não obedecem o consciente
Agonizam em sagas desejosas,
Atômicas, nauseantes, despudoradas,
Mãos sempre almejam algo secreto
Algo que faz doer o peito arfante
Trazem nos dedos a chaga poética
Uma aura desperta
Calada e inconformada,
Infelizes, as mãos ainda anseiam o toque.